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Mais de 9 mil brasileiros diagnosticados com câncer de reto em 2025 vão receber indicação de radioterapia
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A radioterapia, indicada para seis em cada dez pacientes com câncer no reto, é uma opção de tratamento que pode contribuir para a redução do tamanho do tumor, além de auxiliar no controle da dor e do sangramento. É também utilizada como uma medida paliativa essencial para o alívio dos sintomas e a melhora da qualidade de vida
A campanha Março Azul-Marinho é dedicada à conscientização sobre o câncer colorretal, terceiro tumor mais frequente no Brasil. De acordo com estimativas do Instituto Nacional de Câncer (INCA), são esperados 45.630 novos casos da doença no país em 2025. Os tumores colorretais são aqueles que se originam no cólon (intestino grosso) e no reto (parte final do intestino grosso, localizado logo acima do ânus e canal anal). Um estudo publicado na CA: A Cancer Journal for Clinicians aponta que o câncer de reto representa aproximadamente um terço dos casos de câncer colorretal, sendo assim responsável por cerca de 630 mil novos diagnósticos anuais no mundo de um total de 1,9 milhão de casos de tumores colorretais. Já no Brasil, seguindo a mesma proporção, a estimativa é que cerca de 15.210 pessoas serão diagnosticadas com câncer de reto em 2025. Destes, 60% devem receber a indicação de radioterapia, o que significa mais de 9 mil pacientes realizando o tratamento.
Para o radio-oncologista Erick Rauber, diretor de Comunicação da Sociedade Brasileira de Radioterapia (SBRT), a radioterapia pode ser utilizada de forma isolada ou em conjunto com a quimioterapia para aumentar a eficácia do tratamento “O objetivo é controlar a doença localmente, reduzindo o risco de recorrência e melhorando a qualidade de vida do paciente. Nos casos de tumores mais avançados, ela também pode ser utilizada para controle dos sintomas”, destaca Rauber.
O tratamento do câncer de reto pode envolver ainda cirurgia, quimioterapia, radioterapia ou imunoterapia, conforme o estágio da doença, ou seja, o momento em que foi diagnosticada. “Para definir o melhor tratamento, são analisados fatores clínicos do paciente, como idade e presença de outras enfermidades, além das particularidades do tumor, incluindo sua localização, extensão e disseminação para outras áreas do corpo”, explica.
Nos casos iniciais, quando a doença ainda está localizada, a cirurgia é geralmente a principal abordagem. No entanto, se a intervenção cirúrgica não for viável ou se houver a intenção de preservar o reto, a radioterapia pode ser utilizada como alternativa curativa, associada à quimioterapia. Essa estratégia é especialmente relevante para tumores situados na parte mais distal do reto, próxima ao ânus.
A radioterapia, no tratamento do câncer de reto, é habitualmente realizada em curso longo, ou seja, em torno de 25 a 30 frações, uma vez ao dia, durante cerca de 25 a 30 dias úteis. A forma mais comum de ser realizada é em associação com alguma quimioterapia, pois assim há a potencialização dos efeitos oncológicos do tratamento. Em casos específicos, principalmente quando a radioterapia é empregada para alívio de sintomas, nas doenças mais avançadas, ela pode ser realizada em curso curto, ou seja, realizada em 5 frações, também diárias, mas com uma dose de radiação por dia mais alta, e por essa razão, sem a quimioterapia concomitante.
SINTOMAS
Os sintomas do câncer de reto podem variar, mas alguns sinais comuns incluem a presença de sangue ou muco nas fezes, alterações no hábito intestinal, como episódios frequentes de diarreia ou constipação sem causa aparente, além de dores abdominais ou desconforto ao evacuar. Outro sintoma preocupante é a perda de peso inexplicável, que pode indicar um comprometimento mais avançado da doença. Esses sinais podem ser confundidos com outras condições gastrointestinais, por isso, é essencial procurar um especialista para avaliação e encaminhamento para exame de diagnóstico.
PREVENÇÃO
O mais importante é focar na prevenção da doença, adotando hábitos de vida saudáveis, como alimentação rica em fibra, prática regular de atividade física, e cessação do tabagismo ou do consumo excessivo de álcool. Além disso, recomenda-se a colonoscopia de rastreamento, na população de baixo risco a cada cinco anos, a partir dos 45 anos, com foco no diagnóstico precoce da doença ou de condições pré-malignas. Casos considerados de maior risco, como nos pacientes com familiares com diagnóstico de câncer colorretal, essa prevenção é ainda mais importante e a colonoscopia pode ser necessária em idade mais precoce e com maior frequência. Por isso, é importante procurar um médico para orientação de como se prevenir da doença.
Sobre a Sociedade Brasileira de Radioterapia
A Sociedade Brasileira de Radioterapia (SBRT), fundada em 1998, é uma associação civil, brasileira, associativa e científica de direito privado, sem fins lucrativos, que reúne e representa os médicos radio-oncologistas, legalmente registrados no Brasil. Mais informações: https://sbradioterapia.com.br/
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